Rosicrucian Order, AMORC vs. 
Gary L. Stewart

Rosicrucian Reorganization 1990: Q&A
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First Published October 23, 1993
--Portuguese Version



 
 

 
 23 de outubro de 1993. 
 

PARA:  Comendadorias da Ordem da Milícia Crucífera Evangélica (O.M.C.E.) 
              Lojas e Capítulos da Confraternidade Rosae Crucis             (CR+C) 
DE:       Gary L. Stewart, Cavaleiro Comandante e Imperator 
Ref.:      Declaração 

INSTRUÇÕES:  Para ser lida aos membros reunidos, antes ou após o Trabalho Ritualístico. Cópias desta carta podem ser distribuídas aos membros presentes que a solicitarem. Embora esta não seja uma declaração confidencial, não a estarei difundindo entre os membros em geral nem deve ela ser publicada em qualquer boletim. 

Caros irmãos e irmãs: 

Inicialmente eu havia decidido fazer uma simples declaração comunicando que a ação judicial entre mim e a AMORC estava terminada e agradecendo a todos os irmãos e irmãs que apoiaram  tanto o Ofício do Imperator quanto a minha pessoa no decorrer dos eventos dos últimos três anos. Como vocês todos estão bem cientes, pouco falei sobre a questão judicial e, no pouco que realmente falei, jamais critiquei ou ataquei quaisquer indivíduos ou entidades. Mais precisamente, incentivei-os todos, independentemente de suas inclinações, a concentrar suas energias no Trabalho Espiritual. 

Palavras são inexpressivas a menos que estejam unidas a atos de realização. E se nossas palavras e ações são puras e a Serviço da Luz, então resistimos isentos e livres da fraude e do motivo dissimulado. Na Senda Espiritual a clareza de propósito e de direção é essencial. Para o Rosa-Cruz, a liberdade da Verdade — e a busca de tal liberdade — é apenas um dos muitos aspectos da criação do Movimento. Se não mantivermos tais atributos, se não mantivermos um alto nível de integridade e responsabilidade, então nada temos e nada representamos. 

Eu mantive silêncio por uma razão crucial — embora existissem outras de menor importância — e assim foi porque nosso Trabalho é por demais importante para degradar-se em função de nosso envolvimento na sujeira de um processo civil de uma Corporação. Por que travar batalhas com indivíduos que nem mesmo compreendem a guerra? Com pessoas que persistem na publicação de propaganda enganosa? Temos apenas um propósito, que é o de Servir à Luz da Verdade! 
Outros preferiram defender suas ações; mas a que preço? Não são a mentira, a falsificação e a deturpação da verdade as marcas das trevas da ignorância? Felizmente, no tocante a esta situação, os seguidores de tais procedimentos são a minoria. Mas o que essa minoria conseguiu? Nada além de enfraquecer uma entidade e torná-la vulnerável aos abutres que não têm outro propósito a não ser o de se lançar como aves de rapina sobre os fracos, e que se identificaram com  o propósito declarado de destruir por vingança. Os abutres aos quais me refiro são aquela entidade que professa estar “servindo aos ideais do movimento Rosa-Cruz”.  Essas Crônicas não valem o tempo gasto para lê-las, e certamente não refletem o  pensamento Rosa-Cruz de forma nenhuma. 

Eu quebrei meu silêncio e ao fazê-lo, rogo para que os leitores desta carta mantenham sua concentração na realização do Trabalho Espiritual, e se recusem a ser perturbados pela emotividade, envolvendo-se em qualquer outra coisa que não seja a pureza de seu próprio Trabalho. Não censurem nem briguem com a AMORC ou com seus assinantes por causa dos atos de uns poucos. Aquela entidade precisa se curar e explorar as possibilidades de sua nova estrutura e novo propósito declarados. Não se rebaixem tornando-se envolvidos nas ações professadas pelas “Crônicas Rosa-Cruzes”. Devemos nos perguntar sobre seus motivos e porque eles escolheram apresentar a verdade de forma tendenciosa e injusta. Mantenham-se, de preferência, concentrados no Trabalho Espiritual e permaneçam sem vacilar em sua Obra para o Movimento Rosa-Cruz. 

Foi por causa da declaração de Kristie Knutson sobre o término do processo, as inferências que ela faz e os boatos resultantes que circularam sobre aquela declaração, que estou elaborando minha própria declaração. Esta será a última vez que me refiro a este assunto até o julgamento a ser realizado em Dallas em 1994. Então, tornarei públicos todos os documentos, a correspondência trocada com os advogados da AMORC, a Comunicação Mútua e outros itens relativos ao nosso acordo. 

Primeiro: Knutson declara em sua carta: “Embora não nos seja permitido revelar informações específicas sobre cada acordo, podemos lhes dizer que os acordos foram favoráveis à AMORC e incluíram o recebimento de fundos do Silicon Valley Bank e de vários outros acusados”. Ela declara, e nos leva a crer, que o acordo entre mim e a AMORC fora feito sob uma cláusula de confidencialidade e um manto de sigilo. Não o foi. Tanto eu quanto a AMORC estamos realmente livres para divulgar toda e qualquer informação relacionada ao nosso acordo. Quanto aos boatos gerados por sua declaração de que a AMORC recebera dinheiro de mim como resultado de nosso acordo, são uma inverdade. Nada  paguei à AMORC ou a quem quer que fosse, indivíduo ou entidade, com relação ao processo ou ao que foi acordado. 

Segundo: sobre o boato que, no decorrer da resolução de nossa ação judicial, eu concordei em renunciar o direito que tinha como Imperator ou qualquer associação com o Rosacrucianismo, mais uma vez é uma inverdade. De fato, aconteceu o contrário. Fui escolhido como o sucessor de Ralph Lewis  pelo próprio Ralph Lewis, e ele confirmara sua escolha informando-a a um certo número de indivíduos pré-selecionados. Jurei oficialmente e fiz uma promessa pessoal a Ralph Lewis que manteria e defenderia aquele Ofício por toda a vida e que também escolheria meu sucessor no momento adequado. Ainda mantenho, e continuarei a manter, a linhagem de Imperator a mim conferida por Ralph Lewis. 

Terceiro: quero deixar claro que não busquei um acordo com a AMORC. Eles me pediram um acordo e, tanto quanto eu saiba, a todas as outras partes no processo. 

Finalmente, gostaria de apresentar uma breve cronologia dos eventos: 

a)   Sexta-feira, 13 de abril de 1990:  o processo judicial começa. 

b)  25 de abril de 1990:  escolho redefinir a guerra e concordo em negociar um acordo. O acordo fracassa; concordo com a Injunção Preliminar, e retiro o Ofício do Imperator da AMORC. 

c)   De  abril a novembro de 1990:  a AMORC redefine sua estrutura corporativa e nega o status Tradicional do Imperator, redefinindo aquele Ofício como sendo idêntico ao de Presidente de uma Corporação. A Corte sustenta que a Diretoria de uma Corporação tem o direito de  destituir um presidente pelo voto majoritário. Considerando que a Corporação afirmou que Imperator significa presidente da Corporação, a AMORC admite a retirada do Ofício Tradicional. 

d)   Entre novembro de 1990 e maio de 1993,  tive pouco envolvimento ou conhecimento do processo, exceto pelas questões relacionadas abaixo, que me envolviam pessoalmente. 

e)   Abril de 1991:  introduzo o Ofício do Imperator na Ancient Rosae Crucis. 

f)   Novembro de 1991: instruo meu advogado a desistir de minha reconvenção inativa contra a AMORC. 

g)   07 de janeiro de 1992: Efetiva-se a desistência de minha reconvenção em meu prejuízo (a favor da AMORC). 

h)   Fevereiro de 1993: tomei conhecimento de que a AMORC e o Silicon Valley Bank  entraram em acordo. A AMORC desistiu de sua queixa contra o banco e o banco desistiu de sua reconvenção contra a AMORC de conspiração e fraude. (Nota: em 1990, Donna O’Neill escreveu que a AMORC pagara US$600.000 de taxa de empréstimo ao banco, embora toda a questão ainda estivesse em litígio e tecnicamente não devesse ter sido paga). Knutson agora escreve que a AMORC recebeu dinheiro do banco como resultado do acordo entre eles. De acordo com os documentos do Tribunal, a quantia paga à AMORC foi de US$290.000 — US$ 310.000  a menos do que a AMORC lhes tinha pagado em 1990! 

i)   Em março de 1993, descubro que o julgamento deste caso está marcado para 14 de junho de 1993. 

j)   Em maio de 1993, sou contatado pela firma de advocacia de San Francisco, Wallace B. Adams, que representa a “Insurance Company of North America” (INA), a quem a Suprema Grande Loja (SLG), AMORC Inc. requereu, em outubro de 1990, pagamento de seguro. Eu jamais ouvira falar dessa companhia. Uma vez que a carta de Knutson afirma: “... companhias seguradoras”,  assumo que a AMORC tivesse mais de uma. A firma de advocacia me mandou uma passagem de avião em maio de 1993, e passei dois dias discutindo com eles o processo.  Enquanto lá estive vi, pela primeira vez, três documentos cruciais que nunca havia visto antes:

i.     Uma apólice de seguro de responsabilidade criminal contra mim pela AMORC em maio de 1989; 

ii.    Outra apólice de seguro de responsabilidade criminal contra mim em outubro de 1989.  Ambas as apólices tinham validade de um ano. (Eu desconhecia qualquer uma das apólices);  e 
iii.   Um documento de confirmação por telex enviado a Burnam Schaa pela firma de Dean Whitter, confirmando que eles haviam enviado por telex a soma de US$250.000 para Pittsburgh em fevereiro de 1990, conforme instruções de Schaa. (Muitos de vocês devem se lembrar de minha alegação que, não somente não autorizei a transferência daquela quantia, como nem ao menos dela sabia a não ser semanas mais tarde. Schaa declarou sob juramento que não autorizara a transferência.). 

No que Irving Söderlund, em nome da SGL, AMORC Inc., requereu o pagamento do seguro em outubro de 1990, no montante de US$300.000,  por  “... atos desonestos e fraudulentos de Gary L. Stewart e Nelson Harrison...” com referência à transferência de US$250.000 (feita por Schaa) e uma transferência de US$500.000 (que realmente autorizei), a companhia de seguros começou a questionar a “honestidade” da reivindicação. 

Através de suas próprias investigações e de conversas comigo, a INA decidiu intervir contra a AMORC no processo e a seguir deu entrada, naquele mesmo mês, nos documentos pertinentes. Eles julgaram que todas as transações conduzidas por mim estavam de acordo com os procedimentos estabelecidos pela AMORC. 

Antes de ir a julgamento, mas depois de intervenção, a AMORC repentinamente começou a buscar acordos com as partes restantes do processo. 

Não sei com que outras companhias de seguro a AMORC “fez acordos”, mas conhecendo os eventos com a INA, duvido seriamente que a AMORC tenha recebido algum dinheiro delas. Eu arriscaria dizer que o contrário ocorreu, mas uma vez que o acordo entre eles foi confidencial, eu realmente não sei. 

k)   Em 27 de maio de 1993, recebi um fax dos advogados da AMORC declarando que estavam fazendo acordos com todas as outras partes do processo e que eu era a última parte restante. Eles  retirariam a ação contra mim se eu: 

i.     Pagasse US$100.000 à AMORC;  e 
ii.    Pagasse suas custas processuais relativas à minha reconvenção. 

Respondi através de um fax com quinze itens. Entre outras coisas, declarei que estava pronto para ir a julgamento, que não pagaria nenhuma quantia à AMORC, que a AMORC deveria pagar os honorários de meu advogado e que meus três anos de salários não pagos fossem aplicados como se segue: 

i.     50% a serem utilizados para o desenvolvimento da AMORC em Gana; 
ii.    25% a serem utilizados para o desenvolvimento da AMORC na Nigéria; e 
iii.   25% para aquisições para o Museu Egípcio Rosacruz. 

Ainda afirmei que eu fosse parte eqüitativa com a AMORC na redação e aprovação de uma declaração geral marcando o fim do processo, e “que um documento fosse publicado pela AMORC  esclarecendo que  o título “Imperator” como utilizado pela AMORC  se refere ao Presidente da Corporação e que ele é subserviente ao Conselho dos Grandes Mestres como declarado... e que eu (Gary L. Stewart) detenho a legítima transmissão do Ofício do Imperator a mim conferido por Ralph Lewis... (o qual, como registrado em Washington D.C., é somente meu enquanto eu viver, não podendo ser transferido a outro sem minha permissão, a qual não dou agora ou em futuro próximo.)”. Concordei em declarar que retirei o Ofício do Imperator da AMORC e não reivindicaria a AMORC. 

Em 7 de junho de 1993, os advogados da AMORC me telefonaram com uma contraproposta na qual cada um seguisse seu caminho, pagasse as custas dos próprios advogados e não reivindicasse culpa ou responsabilidade à outra parte. Concordei em princípio. 

Em 18 de junho de 1993, os advogados da AMORC enviaram por fax uma proposta para o comunicado mútuo. Fiz objeção a vários pontos. Entretanto, meu interesse crucial era com a cláusula identificadora:  “Rosa-Cruzes, uma Corporação da Califórnia sem fins lucrativos”, usada para identificar a AMORC.  Objetei, declarando que o uso, por eles, da palavra “Rosa-Cruz” implicaria que eu não o era. Uma vez que eu era o Imperator de um Movimento Rosa-Cruz, tal admissão de minha parte seria uma inverdade.  Além disso, eu entendia que a AMORC era agora uma Corporação Canadense, como ela havia anunciado. Assim sendo, eu queria esse ponto esclarecido. 

Em 23 de junho de 1993, os advogados da AMORC responderam.  Eles concordaram em não usar a palavra “Rosa-Cruz” e mudaram a cláusula identificadora para “SLG, AMORC Inc”. Mais tarde declararam que “... a Suprema Loja e a Grande Loja Inglesa tornaram-se entidades legais independentes... a Grande Loja Inglesa tornou-se a sucessora interessada legal dos direitos e responsabilidades do processo no início de 1991...  Colocado de maneira simples, a Corporação Canadense sem fins lucrativos a que você faz referência é uma nova entidade legal que não tem interesse neste processo.”. 

Respondi em 29 de junho de 1993, afirmando que entendia que eles estavam dizendo que em janeiro de 1991, a SGL, AMORC Inc. foi dissolvida nos EUA e mudou  para o Canadá como  uma “nova” Corporação e que também em janeiro de 1991, uma nova Corporação chamada Grande Loja Inglesa da AMORC foi formada. Se nenhuma das entidades existia antes daquela data, quem está legitimamente me acionando?  Também declarei que a remoção da SGL, AMORC Inc. para o Canadá era, no meu entender, uma violação da ordem restritiva relacionada à ação que a AMORC movera contra mim e objetei que ninguém fora notificado, muito menos os tribunais. Mais ainda, declarei que nenhuma moção fora feita ante as cortes nomeando a Grande Loja Inglesa como sucessora legal e, subseqüentemente, a despeito do que possa ter sido pretendido, eu não faria nenhum acordo com uma Corporação que nem mesmo existia na época do início do processo. Finalmente, declarei que não assinaria nenhum acordo identificando a SGL, AMORC Inc. como uma Corporação da Califórnia. Eu acrescentei  a palavra  “Canadense”. 

Em 9 de julho de 1993, eles responderam, dizendo que eu estava negociando com a SGL, AMORC Inc. e sugeriram  remover a “... identificação das partes por referência ao Estado de incorporação ou residência”. Em outras palavras, a SGL, AMORC Inc. não seria referida como uma Corporação da Califórnia ou Canadense. 

Como só recebi a carta deles, datada de 9 de julho de 1993, em 25 de julho, devido a um erro tipográfico que eles cometeram no meu endereço, eu a respondi em 28 de julho de 1993, afirmando:  “Entendo, pelo seu segundo parágrafo que a entidade com a qual estou  atualmente negociando e que iniciou este processo é a SGL, AMORC Inc., a qual era uma Corporação da Califórnia em abril de 1990, e depois se tornou uma Corporação Canadense em janeiro de 1991... se os senhores puderem... me garantir que tal remoção (“da Califórnia” ou “Canadense”) é apropriada perante a corte, não farei objeções.”. 

Sua carta de 2 de agosto de 1993 me garantiu que tal remoção era apropriada e com esse entendimento, concordei com o comunicado mútuo. 

l)   Em 10 de agosto de 1993, a AMORC abandonou sua ação contra mim em seu prejuízo (a meu favor). Os termos da conclusão são muito simples. Nenhum dinheiro foi trocado, ninguém reivindica culpa ou responsabilidade e ninguém admite qualquer transgressão ou má ação. 

Tivesse a declaração de Knutson simplesmente afirmado que o processo acabara, a minha declaração teria sido a mesma. Foi devido a implicações e boatos que senti a necessidade de entrar em maiores detalhes para esclarecer a verdadeira natureza da situação. Por favor, não me contatem com relação a este assunto, uma vez que permanecerei em silêncio até o Tribunal. (4) 

Finalmente, as ações provam a veracidade ou as mentiras das palavras. As ações da AMORC foram: dissolver, realizar nova incorporação e se mudar para fora do  país, negar o Ofício do Imperator e redefini-lo como Presidente da Corporação, erradicando, dessa forma, os aspectos tradicionais e fraternais do Movimento Rosa-Cruz. Mas isto não é necessariamente algo ruim. A AMORC redefiniu seu propósito como uma Corporação orientada ao público, devotada à educação pública do termo “Rosa-Cruz”.  Ela não declara ser uma Ordem fraternal.  O mundo realmente necessita de organizações como essa e ela deveria ser apoiada em seu trabalho — não criticada ou atacada por inimigos vingativos, como vem ocorrendo atualmente. 

Mas o mundo também precisa de um veículo fraternal, devotado à perpetuação do Movimento Rosa-Cruz e das Tradições, e tal veículo é a Confraternidade Rosae Crucis (CR+C), que também mantém e perpetua a integridade do Ofício do Imperator.  Estou satisfeito que meu Ofício tenha mantido essa integridade a despeito dos ataques de seus inimigos. 

Com Paz Profunda, 

Gary  L. Stewart 
IMPERATOR 

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© Armand P. Santucci and Linda S. Santucci *  1999

* pka Schrigner